Fábrica de Cabanas

«SOCIEDADE DE FIAÇÃO E TECIDOS AZEVEDO, FERREIRA & C.ª»

Artigo 1º

«A firma Azevedo, Ferreira & C.ª, Lda, sociedade

por quotas com sede no lugar de Cabanas, freguesia de

Rio Tinto, concelho de Gondomar, que se rege pelo pacto

social constante das escrituras de 10 de Março de 1920

e 11 de Janeiro de 1937, é transformada em sociedade

anónima de responsabilidade limitada, com efeitos a partir

do dia 1 de Janeiro de 1956»

Diário do Governo, de 16 de Janeiro de 1956,

Mais conhecida como “Fábrica de Cabanas”, dada a sua localização no alto do mesmo nome, avistava-se de longe, com particular destaque, a sua chaminé. A sirene, quando soava de manhã, à hora de almoço e ao fim da tarde, servia de orientação horária, não só para os operários, mas para todas as pessoas que viviam ou trabalhavam nas redondezas. Fazia parte do grupo fabril de Manuel Pinto de Azevedo, considerado na época “o maior industrial de tecidos do País”, dono, entre outras, da Empresa Fabril do Norte, na Senhora da Hora. As primeiras máquinas (teares) já eram usadas. Foi o técnico de fiação Sr. Domingos Gomes, “Domingos da fábrica”, quem as foi desmontar a Lisboa. A fábrica de Cabanas funcionou desde a década de 20 e foi crescendo, chegando a ter mais de 400 operários. Parte destes residia na freguesia, mas também vinham de Fânzeres, Campanha, Gondomar e mesmo Valongo, que durante a semana ficavam instalados em anexos, indo a casa somente no fim-de-semana. Inicialmente ainda trabalhou o linho, matéria-prima então muito abundante na região, mas especializou-se na produção de todo o tipo de têxteis de algodão, com destaque para os cobertores. Encerrou a produção têxtil em meados dos anos sessenta. O edifício, que ainda existe, na actual Rua Infante D. Henrique, foi erguido a partir de 1920. Trata-se de uma construção que tinha características inovadoras para a época, com a utilização de betão armado. Particularmente interessante é a fachada amplante envidraçada que mantém semelhanças com a arquitectura do ferro das finais do século XIX. Presentemente (1996), no edifico desta unidade fabril funciona a fábrica de tintas “Marilina” e o armazém de produtos alimentares José Maria Vieira.

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