Dos povos bárbaros à invasão Árabe

Nos séculos IV e V, o Império Romano, e por consequência a Península Ibérica, que dele fazia parte, vai sofrer a invasão maciça de povos com línguas, usos, costumes e religiões diferentes, que genericamente se designam por Bárbaros.

De entre esses povos, os que mais influências vieram a ter no noroeste peninsular foram os Suevos e os Visigodos.

Os primeiros deram origem a um estado cuja capital política e religiosa era Braga. Sendo cerca de 30000, os Suevos introduziram a cultura do centeio e utilizaram um arado mais forte, o que terá contribuído para um progresso na agricultura. Os Suevos conseguiram uma fusão mais eficaz com os povos da Península ao converterem-se ao Cristianismo, que era, à datada invasão Bárbara, a Religião Oficial do Estado Romano. Com a conversão da elite sueva, segue-se a conversão em massa de todo o povo suevo. Por acção de S. Martinho de Dume, assiste-se à ascensão da organização eclesiástica que vinha substituindo progressivamente a administração de herança romana. A paróquia, núcleo social e religiosos das populações, assumindo particular importância sobretudo no mundo rural. Os Concílios eram reuniões das decisões magnas no Reino Suevo. No Segundo Concílio, por exemplo, realizado em 562, definem-se os limites do reino suevo: a sul até Coimbra, a Leste até Astorga. Como se verifica, a nossa região fica bem no coração do Reino Suevo.

Em 585, o reino Suevo vai ser absorvido pelos Visigodos; era rei destes, Leovigildo. São batalhas decisivas desta invasão, as realizadas no Porto e em Braga.

Os Visigodos sentem dificuldade na fusão com os suevos, em especial devido às diferenças religiosas: os Visigodos professavam o Arianismo… Mas Recáredo, filho de Leovigildo, em 589, converte-se ao Cristianismo, uma conversão que tem todo o ar de sábia política de conciliação.

Durante o domínio visigótico, o Porto teve bispos residenciais. Uma das provas de tranquilidade pública vivida nesta região é a facilidade com que os prelados se deslocavam a Toledo para participar dos Concílios, assembleias político-religiosas, que, como atrás referimos, eram de tradição sueva.

Mais tarde, divisões internas no Reino Visigótico abrem brechas que vão ser aproveitadas pelos árabes, que há longo tempo espreitavam a Península Ibérica.

Assim, em 711, Tárique atravessou o Estreito de Gibraltar e derrotou Rodrigo, Rei dos Visigodos, em Guadalete. Foi o fim dos Reinos cristãos hispano-godos. Novas forças vão dominar a Europa. Mas será do entrecruzar de culturas – a autóctone, a romana, a bárbara e a muçulmana – que nascerão os modernos estados europeus.

Em invasões sucessivas os Muçulmanos vão ocupando quase toda a Península e, em 715/716, Abdelaziz submete toda a orla ocidental, desde o curso inferior do Tejo até aos confins da Galiza.

Portucale cai em seu poder. Nada mais resta à nobreza cristã visigótica do que refugiar-se na região montanhosa das Astúrias, no Norte da Península, reorganizando-se para tentar a reconquista.

É o que acontecerá com o que a história designa por Reconquista Cristã.

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